Regimes Alimentares: guerra assimétrica contra a
comida de verdade
A indústria de alimentos ultraprocessados contra os alimentos
de tipo camponês, artesanal ou minimante agroindustrializados, dinamizador de
economias locais e com fortes vínculos com a cultura nacional.
Os últimos escândalos operam com alto grau de corrupção,
Anvisa e indústria, pois os agrotóxicos podem causar um prejuízo para a indústria.
A memória alimentar é decisiva nas escolhas alimentares. Os
alimentos naturais que remetiam ao aconchego da mãe e da casa vovó vão perdendo
espaço para os Grandes Lanchonetes, Supermercados, pizzarias, Lanches, açucarados
produtos da indústria de snacks e doces.
A produção camponesa de que se
fala é o mesmo alimento que essas famílias consomem. É uma forma de produção
secular no Brasil, muitas receitas, inclusive, são milenares oriundas da
culinária indígena, africana e europeia. A indústria de alimentos é nova, e
carrega consigo inúmeros escândalos, desde campanhas de substituição de leite
materno pelo leite em pó até os recentes escândalos envolvendo água
oxigenada/soda/álcool no leite e carne adulterada.
A predileção por estes alimentos por parte de
renomados chefs de cozinha de todo o Brasil não é apenas uma tendência, mas um
atestado da qualidade dos produtos. Motivo de orgulho para os camponeses que
labutam remando contra a maré.
A indústria alimentar padroniza alimentação e
empobrece a experiência culinária, porém mais que isso, ameaça diretamente a
Soberania Alimentar do país. Produz numa face a fome e na outra a obesidade e a
subnutrição.
O campesinato e suas expressões organizativas,
estes teimosos que defendem a Agroecologia, a Soberania Alimentar e a comida de
verdade podem fazer pouco, além de resistir, sem o apoio da sociedade urbana.
É uma guerra
assimétrica entre os regimes alimentares: um tem riqueza e poder e o outro não.
A junção de chefs de cozinha com movimentos sociais ligados à agricultura-alimentação-saúde representa
uma possibilidade de fortalecer a luta para reverter o quadro.
O
Mundo se transformou e grandes cidades não possuem capacidade de alimentação
camponesa e é a Nutricionista que trabalha nessa adequação de realidade moderna
e a uma escolha alimentar mais coerente com o estilo de vida de nossa sociedade.
Apesar de tímidos em alguns supermercados, os produtos orgânicos
estão ganhando a preferência de muitos consumidores. O Paraná é considerado
maior produtor de alimentos orgânicos do País e o segundo Estado brasileiro com
o maior número de propriedades certificadas para a produção de orgânicos. De
acordo com o Instituto Paranaense de Assistência Técnica e Extensão Rural
(Emater), os paranaenses produzem 130 mil toneladas desses alimentos por ano.
Com a ampla divulgação na mídia sobre os efeitos maléficos dos
agrotóxicos à saúde, a procura pelos orgânicos tem crescido cada vez mais e,
com isso, os produtores têm ganhado força. Dados da Agência Nacional de
Vigilância Sanitária (Anvisa) indicam que alguns produtos se destacam na
quantidade de contaminação por agrotóxicos, como é o caso do pimentão e
morango. Mas, outros ainda mais comuns no dia a dia dos brasileiros, como o
arroz e o feijão, estão entre os 18 alimentos mais contaminados.
Lembrando os problemas causados também para os agricultores que
manuseiam os produtos. As pessoas estão conhecendo mais sobre o assunto. No
entanto, os preços hoje de hortaliças, verduras e frutas orgânicas são mais
altos, já que a produção é mais trabalhosa. “É mais difícil porque é um serviço
mais artesanal. A gente tem que preparar as caldas, tirar os matinhos com as
mãos, porque não se usa veneno para matar os bichos.
A produtora agrícola afirmou que o mais difícil de produzir hoje
é o tomate. “Tentamos outras vezes, não conseguimos e estamos tentando neste
ano de novo”, ressaltou. O alimento está em 10.º lugar no ranking dos mais
contaminados, realizado pela Anvisa.
Morango é o segundo produto mais contaminado por agrotóxicos
Morango é o segundo produto mais contaminado por agrotóxicos
PROGRAMA DE INCENTIVO
Segundo informações da Agência Estadual de Notícias, o Paraná
conta com 1.966 propriedades, (dados de 2016 do Ministério da Agricultura,
Pecuária e Abastecimento), ficando atrás apenas do Rio Grande do Sul. O
bom desempenho é atribuído ao Programa Paranaense de Certificação de Produtos
Orgânicos (PPCO), o único programa público no País a orientar e capacitar os
produtores, auditar e certificar a produção de alimentos orgânicos.
Desde 2013, 634 propriedades já receberam certificação. A
iniciativa não favorece apenas o produtor que tem assistência técnica gratuita,
mas também a população paranaense com acesso a alimentos mais saudáveis,
produzidos sem agrotóxicos, hormônios ou transgênicos, levando em consideração
o meio ambiente e a vida dos agricultores e seus familiares.
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